Tratamento Crack: o tratamento para o dependente de crack

O crack é uma droga famosa, tanto por ser altamente perigosa e ter capacidade de viciar rapidamente, quanto por ser um grande problema de saúde pública. O tratamento para o dependente de crack é desafiador, já que a doença é complexa, mas não é impossível.

Segundo uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2012 o Crack tinha sido usado pelo menos uma vez por 2,6 milhões de brasileiros, o que representava 1,4% dos adultos do país.

Tratamento Crack

Essa pesquisa colocou o Brasil como o maior consumidor de crack do mundo, segundo uma matéria da Isto É.

Paulo Saldiva é professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e traz uma atualização dos dados do crack no Brasil em seu texto de 2019 para o Jornal da USP :

O Brasil vive nos dias atuais uma epidemia de consumo de crack. A partir dos anos 1990, o número de usuários cresce mais e mais, atingindo nos dias de hoje mais de um milhão de brasileiros.”

Na cidade de São Paulo o problema com a droga é tema recorrente do debate público e político, já que a cidade convive com a chamada “cracolândia” há mais de 20 anos.

Todo o contexto geográfico e histórico da droga mostra como seu tratamento para o dependente do crack é difícil. Tirar pessoas dessa droga e consequentemente das ruas é uma batalha das famílias, mas também do poder público e da área da saúde de maneira geral.

Como funciona o Crack?

O crack é uma droga derivada da cocaína, pode se dizer que é a cocaína cristalizada, por isso está em formato de “pedra”, como é popularmente conhecida. E é nesse formato o poder da droga é potencializado, já que pode ser mais absorvido pelo organismo.

Além dessa maior absorção que causa efeitos e danos mais graves, a chamada pedra de crack ainda pode apresentar outros produtos químicos em sua composição. O que intensificam ainda mais o seu grau de destruição e potencial de vício.

Como qualquer substância química que pode levar ao descontrole no uso, o crack atua no chamado sistema de recompensa do ser humano, gerando uma sensação artificial de prazer.

Segundo uma matéria da revista Exame, o crack libera uma grande quantidade de dopamina, que é um “mensageiro” (neurotransmissor) relacionado ao controle de algumas emoções e do prazer.

O texto da revista explica que o crack libera uma grande qualidade de dopamina:

que dispara sensações de prazer pelo corpo, gerando euforia e estado de alerta. Tais substâncias são tão poderosas que chegam ao cérebro em apenas oito segundos. Geralmente, a dopamina é reabsorvida por neurônios, mas o crack bloqueia a absorção. Isso faz com que ela continue estimulando os receptores por 10 minutos.

As consequências do crack para o dependente

Como já dito, o crack é uma droga com alto potencial de gerar vício, existem relatos de pessoas que dizem ter se viciado no primeiro uso. Além disso, as consequências para o corpo, mente e vida social do dependente são enormes. Alguns exemplos são:

  • dependência quase imediata;
  • psicoses, quadros depressivos, ansiedade, esquizofrenia;
  • perda de neurônios, memória, concentração e inteligência;
  • queima das vias aéreas;
  • sujeição à pneumonia e tuberculose;
  • aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, aumentando o risco de infarto e outras doenças do coração;
  • prejuízo para o sistema digestivo causando perda de apetite e em casos extremos à desnutrição.

Como identificar a dependendência do crack?

Em primeiro lugar, a dependência química de qualquer droga deve ser encarada como uma doença e como tal precisa de um diagnóstico clínico de um médico. Entretanto, existem alguns sintomas que podem dar um sinal de alerta:

  • isolamento, aparente tristeza e até mesmo culpa pelo uso da substância;
  • surgimento novas amizades repentinas que são diferentes dos amigos habituais;
  • sintomas físicos, como falta de apetite, insônia e pupilas dilatadas;
  • agressividade e irritação;
  • envolvimento em atividades criminosas;
  • a venda de objetos da casa para comprar a droga;
  • desaparecer por um longo período ou dias para usar a droga;
  • o abuso em si, o ganho de resistência que exige ingestões cada vez maiores da substância para obter os mesmos resultados, desejo incontrolável de uso e a perda de controle.

O tratamento para o dependente de crack

A dependência do crack pode ser classificada como um quadro psiquiátrico, multiprofissional e altamente complexo. Ou seja, demanda a perspectiva e a intervenção de profissionais de diferentes áreas, como médicos de diversas especialidades, enfermeiros, psicológicos e psiquiátras.

É primordial que esse diagnóstico seja realizado o mais rápido possível. A psiquiatra Ana Cecília Petta Marques, afirma em uma entrevista para o portal de notícias UOL:

Se eu não detecto uma doença crônica ela se instala e o paciente fica grave. É isso que acontece com a droga.

Além disso, é no momento de diagnóstico que podem se identificar a existência de outras doenças desenvolvidas a partir do uso do crack. Já que o dependente pode chegar com um quadro de pneumonia, infecção sexualmente transmissível, problemas odontológicos, entre outros.

Desintoxicação

Nessa fase do tratamento para o dependente de crack é o momento de cessar o uso da droga para permitir que o corpo e a mente retornem ao estado natural.

Tudo isso deve acontecer com o acompanhamento de profissionais capacitados. De forma que ao sinal de qualquer emergência causada pela abstinência, como uma convulsão, o paciente possa receber o atendimento e medicação adequados.

Essa fase é essencial para o sucesso de todo o tratamento.

Uso de medicação

A medicação é uma ferramenta que pode ser aplicada tanto para gerar repulsa por parte do dependente quando ingerir a droga ou para diminuir a vontade de usar a substância.

Nessa fase o acompanhamento deve ser constante, já que o paciente pode substituir o vício do crack pelos medicamentos. Além disso, o médico pode precisar entrar com outras medicações complementares como para controlar emoções do paciente.

Diante disso, o acompanhamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, contando com médicos e enfermeiros para lidar com essas questões. As clínicas de recuperação podem ser uma boa alternativa.

Acompanhamento psicoterapêutico

A psicoterapia é uma das etapas essenciais para a recuperação do dependente de crack.Aqui o paciente poderá conhecer mais sobre si mesmo, as causas que podem ter o levado ao uso e os gatilhos que o afetam.

Esses fatores combinados constroem o autoconhecimento necessário para proporcionar controle e empoderamento ao dependente. De tal modo, oferece uma nova visão de mundo para o paciente, o ajudar na mudança de hábitos e na solução de problemas.

Ou seja, a terapia ajuda o paciente na formação de armas que o ajudam na batalha de se manter sóbrio.

Grupos de apoio

Os grupos de apoio proporcionam um espaço seguro para o compartilhamento de experiências, com menos julgamentos e mostra a partir de histórias de pessoas comuns que é possível se manter sóbrio.

Diferente do contexto fora do tratamento, no qual o dependente químico pode encontrar apoio em companhias que podem piorar o seu vício, dentro de uma clínica, por exemplo, ele encontra um ambiente seguro com pessoas os mesmos objetivos.

O exemplo mais famoso de grupo de apoio para pessoas com problemas relacionados às drogas é o Narcóticos Anônimos que existe desde o final de 1940.

O papel da internação no tratamento para o dependente de crack

Sendo uma doença de alta complexidade, como já dito, a dependência do crack demanda um atendimento e acompanhamento de profissionais de diversas áreas. Os tratamentos apresentados são utilizados em conjunto para atacar diferentes partes do problema.

São profissionais especialistas os responsáveis por montar a intervenção mais adequada para cada pessoa. Em uma clínica de reabilitação esse tratamento é completo.

Além da equipe de profissionais multidisciplinares capacitados, a clínica de recuperação apresenta o ambiente e a infraestrutura ideal para o tratamento. Desde aparatos médicos até mesmo espaços desportivos contribuem na recuperação do paciente.

O monitoramento 24 horas é um dos pontos mais importantes para dependente de crack, já que oferece atendimento para qualquer adversidade ao longo do dia todo.

Em síntese, a clínica de recuperação apresenta uma estrutura física adequada, profissionais que acompanham de perto o dependente, possibilita um círculo social seguro e está preparada para atender quadros de abstinência forte, comorbidade psiquiátrica e momentos de agressividade.

Existem três tipos de internação:

  • Internação voluntária, quando o dependente aceita o tratamento e até mesmo o busca por vontade própria;
  • Internação involuntária, quando há uma resistência em relação ao tratamento e/ou internação;
  • Internação compulsória, quando o usuário de drogas tem aversão ao tratamento e/ou internação.

Pós-tratamento

Como uma doença crônica a dependência do crack demanda um acompanhamento pelo resto da vida. Mesmo depois da internação o indivíduo precisa passar por consultas periódicas com diferentes profissionais para prevenir recaídas.

Saber Amar: Clínica de recuperação para dependentes de crack

A Clínica Saber Amar oferece tratamento para dependentes de crack em diferentes estágios da doença. Apresentando uma equipe multidisciplinar de profissionais experientes e capacitados para recuperação de dependentes da internação voluntária à compulsória.

Se ainda tiver dúvidas ou quiser saber mais sobre o nosso processo de tratamento para dependentes de crack entre em contato conosco pelo nosso site ou pelo whatsapp que sempre conta com um profissional de plantão.